sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

Ana Cristina Cesar

EXTERIOR.DIA. Trocando minha pura indiscrição pela tua história bem datada. Meus arroubos pela tua conjuntura.
MAR, AZUL, CAVERNAS, CAMPOS e TROVÕES. Me encosto contra a mureta do bondinho e choro. Pego um táxi que atravessa vários túneis da cidade. Canto o motorista. Driblo a minha fé. Os jornais não convocam para a guerra.Torça, filho, torça, mesmo longe, na distância de quem ama e se sabe um traidor.Tome bitter no velho pub da esquina, mas pensando em mim entre um flash e outro de felicidade. Te amo estranha, esquiva, com outras cenas mixadas ao sabor do teu amor.

in: A Teus Pés - editora ática, 1999.


Li em algum lugar que uma mulher que escreve poemas tem 80% mais de chance de estar calma e, de repente, dar um berro e queimar você enfiando o cigarro bem no seu olho, quase sem motivo nenhum.

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