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Robert Altman, em Short curtes (1993) e Milcho Manchevski, em Before the rain (1994) iniciam uma maneira de se construir uma narrativa fílmica: são crônicas com o acaso cruzando pessoas em dramas cotidianos. O genial dessa narrativa fica por conta da mudança de cena quando o desespero já envolve o espectador, cada história fica suspensa no tempo, se intercala e se conecta, até chegar cada uma a sua resolução final.
Com essa narrativa Alejandro González Iñárritu vem criando sua filmografia, desde Amores Brutos, 21 Gramas e recentemente em Babel.
Com essa narrativa Alejandro González Iñárritu vem criando sua filmografia, desde Amores Brutos, 21 Gramas e recentemente em Babel.
Tudo está em contato com tudo, o mundo conectado, desconectado, o enredo de Babel. São situações exasperantes da convivência humana, em tempos e lugares distintos, unidas pelo trágico desfecho de um acidente, num ciclo que exibe os contrastes culturais entre Marrocos, México, Estados Unidos e Japão.
O filme começa no Marrocos, um pobre criador de cabras dá a seus filhos uma arma para espantar os chacais do seu rebanho. Porém, o estrago de um disparo será o ponto de ligação das histórias. Ali, uma mulher americana, em excussão com seu marido, é atingida pelo tiro; os filhos do casal, sob os cuidados de uma babá mexicana, vivem uma situação-limite entre a fronteira de Los Angeles e Tijuana; em Tóquio, os dilemas de uma garota surda-muda e órfã de mãe, que vive com o pai, o homem que deu de presente a arma ao pastor marroquino.
O episódio do Japão fica meio à parte, trata-se de um filme que se desprega dos outros: maior densidade para os conflitos de uma adolescente japonesa que se comunica com o mundo a partir de aparelhos de última geração, mas que têm em sua deficiência física e relação com o pai os impedimentos de sua liberdade sexual. Uma história que não segue o fio dramático das outras, ligando-se a elas de modo forçado.
Talvez o diretor busque em Babel nos sensibilizar para a idéia de unificação fraterna entre os povos, o respeito às diferenças, expondo que esta fraternidade universal está condenada pelo egoísmo dos americanos, intolerância dos franceses, miséria marroquina, subserviência mexicana, ou solidão dos japoneses, inscritas no filme, mas também comuns a diversos povos espalhados em lugares inóspitos ou super populosos do mundo. Sem pretender estigmatizar, essencialmente o filme aponta ser esse o sentido das (des) conexões de um mundo em descontrole. Tema que pode render muitos filmes ou conversas. A direção e fotografias são maravilhosas - as imagens no Japão, impagáveis! - fazem bailar qualquer apreciador da sétima arte.
Babel, EUA, 2006, 142 min. Drama. Dir. Alejandro Gonzáles Iñárritu.
O filme começa no Marrocos, um pobre criador de cabras dá a seus filhos uma arma para espantar os chacais do seu rebanho. Porém, o estrago de um disparo será o ponto de ligação das histórias. Ali, uma mulher americana, em excussão com seu marido, é atingida pelo tiro; os filhos do casal, sob os cuidados de uma babá mexicana, vivem uma situação-limite entre a fronteira de Los Angeles e Tijuana; em Tóquio, os dilemas de uma garota surda-muda e órfã de mãe, que vive com o pai, o homem que deu de presente a arma ao pastor marroquino.
O episódio do Japão fica meio à parte, trata-se de um filme que se desprega dos outros: maior densidade para os conflitos de uma adolescente japonesa que se comunica com o mundo a partir de aparelhos de última geração, mas que têm em sua deficiência física e relação com o pai os impedimentos de sua liberdade sexual. Uma história que não segue o fio dramático das outras, ligando-se a elas de modo forçado.
Talvez o diretor busque em Babel nos sensibilizar para a idéia de unificação fraterna entre os povos, o respeito às diferenças, expondo que esta fraternidade universal está condenada pelo egoísmo dos americanos, intolerância dos franceses, miséria marroquina, subserviência mexicana, ou solidão dos japoneses, inscritas no filme, mas também comuns a diversos povos espalhados em lugares inóspitos ou super populosos do mundo. Sem pretender estigmatizar, essencialmente o filme aponta ser esse o sentido das (des) conexões de um mundo em descontrole. Tema que pode render muitos filmes ou conversas. A direção e fotografias são maravilhosas - as imagens no Japão, impagáveis! - fazem bailar qualquer apreciador da sétima arte.
Babel, EUA, 2006, 142 min. Drama. Dir. Alejandro Gonzáles Iñárritu.
4 comentários:
já, já, eu vou admitir que babel é bom :P
tô com a maria aí em cima. desse jeito, começo a gostar também. confesso que esperava mais.
visita oficializada prometida cumprida!
beijo.
gosto do filme desde antes de assistir. o tema da dificuldade de comunicação que leva ao trágico me fascina. só achei que depois de tanto sofrimento, a redenção meio happy end pareceu de encomenda.
mui bacana seu blog!
beijo
Denise,
obrigada pela visita e comentáios.
que pena não poder acessar teu
blog.
abraço
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