sábado, 21 de abril de 2007

Marie Antoniette




Sofia Coppola, em Maria Antonieta, atesta que podemos, e devemos, quebrar imagens. A diretora abandona o contexto político do século XVIII e a versão da história oficial que vê na rainha a faísca que causou a Revolução Francesa e prefere falar da vida de uma jovem, aprisionada na corte que, em sua condição de adolescente, segue descobrindo a vida, vislumbrado a liberdade da alma. Uma jovem com todas as determinações de sua época, que assume o papel de mulher, mãe, e carrega, ao mesmo tempo, missão, culpa, tristeza, frivolidade e poesia comuns à corte de Maria Antonieta, mas também banal a qualquer época. Essencialmente, rompe com a imagem, comum à filmografia da história da revolução francesa, de uma corte apenas cheia de perversidade. A trilha sonora, pérolas da angústia juvenil dos anos 70, 80, e 90, nos faz viajar nos contrastes dos tempos, e saber que estamos, sim, diante de uma livre leitura da história e seus personagens. Um recorte possível e ousado, destituído de suas versões em linha reta ou biografia autorizada, essa história da rainha soma-se às narrativas visuais contemporâneas, clipada, sem pudor e pretensões e nos faz sorrir e cantar.


Marie Antoniette: Estados Unidos/Japão/França, 2006
Roteiro e Direção: Sofia Coppola.

3 comentários:

maria. disse...

simnoe, tu disse tudo do fimle (e tão bem) que ó o que pode ser ocmentado é: concordo.

e tem alguns takes que a fotografia está impecável (condizente com o filme)

beijo

jacques disse...

amei o texto, darling. e achei ousada e bacanérrima a atitude da diretora em usar expressões e gírias modernas, além de mostrar até um allstar entre os sapatos de maria antonieta, como metáforas para a construção do mundo adolescente da personagem.
te amo bem muitão!
=***

Anônimo disse...

Também vi e adorei. Achei demais a quebra de padronização filmica de época, qnd Sofia decidi conciliar com uma trilha anos 80. Fabuloso, divino. Saí satisfeito da sala de cinema. A magia sutil de Sofia me fascina. besos