domingo, 24 de dezembro de 2006

Pela mídia

Na mídia on-line algo sobre cinema e literatura.

Werner Herzog

Ontem na folha:
Werner Herzog filma na Antártida e diz que lá não é um território inóspito:

- “Temos café, salão de barbeiro, estação de TV, caixa automático. De que mais uma pessoa precisa?"

Esperemos então mais essa obra do cineasta alemão, enquanto isso, rever "Fitzcarraldo" e "Nosferatu".

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Orhan Pamuk

Maior romancista turco da atualidade, Orhan Pamuk, recebeu em 2006 o Nobel de Literatura. Nascido numa família classe média próspera de Istambul, estudou fora de seu país, e desde 1974, dedica-se à literatura.
No Brasil,foi lançado, nesse 2006 seu oitavo romance Neve, (Cia das Letras), uma obra política.
Em entrevistas recentes, Pamuk recusa-se a falar em política. Prefere dizer de seu novo romance, “Istambul”, um livro sobre sua cidade, de memórias, autobiográfico.

Hoje, em El País Orhan Pamuk fala da melancolia contida em seu romance Istambul:

“Em Istambul queria fazer a crônica de nossa mágua turca. Há algo que faz com que a melancolia turca seja especial, única: ela possui elementos morais, aonde preside a idéia que não buscamos perseguir o êxito, nem a glória, nesse caso estamos preparados para a derrota. Trata-se de um conceito que inclui a humildade, não se trata de conseguir dinheiro, ou mulheres maravilhosas. Nossa noção de melancolia está mais relacionada com um conceito japonês que contempla a nobreza do fracasso.”

O mais interessante de sua entrevista é quando Pamuk fala das conotações da melancolia:

“Tal como entendo, (a melancolia) é um estado vivo, uma tristeza cheia de vitalidade e energia que, ao invés de fecharmos os olhos, nos abre de par em par para o mundo. (...) ademais, meu afã por viver, por reunir impressões visuais, por contar, por escrever, por possuir a realidade através da arte, procede, unicamente, desde a melancolia, e eu gosto que assim seja.”

Trecho do romance Neve (genial):

“(...) Foram os comunistas e sua rádio de Tiflis que incitaram o orgulho tribal, e fizeram isso porque queriam dividir e destruir a Turquia. Agora todo mundo está mais orgulhoso…e mais pobre.”

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Antes da noite natalina uma máxima de Sainte Beuve:

“Tudo que faças ou tudo que sejas, há sempre lá, noutro hemisfério distante, todo um mundo que te despreza e te ignora.”

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